Nero di Troia
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- Categoria: cepas
Engana-se quem pensa que essa uva vem da mesma cidade da história do cavalo, o de Troia. A antiga cidade grega que levava esse nome, onde ocorreu a Guerra de Troia descrita na Ilíada, fica na Turquia. E o assunto, aqui, é uma uva considerada nativa da Itália.
Na realidade, existe uma lenda que liga, sim, o nome da uva à cidade mítica, afirmando que a cepa teria chegado à Itália levada por Diomedes, herói exilado após a guerra. Como boa lenda, talvez tenha um fundo de verdade.
Mas a Troia da uva, nesse caso, é uma comuna italiana com pouco mais de 7.000 habitantes, e que fica na região da Puglia.
E a Nero di Troia pode ser encontrada, também, sob outros nomes, reconhecidos pela OIV: Uva di Troia, Sumarello ou Sommarello.
A Nero di Troia é uma uva bastante resistente a uma ampla variedade de pragas comuns nos vinhedos, e muito adaptada ao clima quente e seco da Puglia. Mesmo assim, cada vez menos cultivada. Muitos produtores, nos últimos anos, têm substituído seus vinhedos, plantando Negroamaro e Primitivo, consideradas mais rentáveis comercialmente.
O fato é que, Nero di Troia, Negroamaro e Primitivo são as maiores representantes da diversidade do setor vitivinícola da Puglia. Outro fato é que a Nero di Troia é, dentre essas três, a que mais demora a amadurecer. Se quiser ler mais sobre Negroamaro, clique aqui. Ou então, para ler mais sobre a Primitivo, clique aqui.
Os aromas mais frequentemente relatados, na degustação de vinhos produzidos com a Nero di Troia, são violetas, cereja preta madura, amora, couro, tabaco, cacau, cassis e anis.
O vinho à base de Nero di Troia costuma ser profundo, complexo, fascinante, de cor viva, e bastante rico em polifenóis, principalmente taninos.
A adstringência típica dos taninos da Nero di Troia é, muitas vezes, atenuada pelo corte com outras uvas, como Montepulciano. Inclusive, é comum encontrar, em vinhas velhas, fileiras intercaladas de Montepulciano com Nero di Troia, na proporção de 1 para 3.
Mas existe, atualmente, uma tendência de vinficar a Nero di Troia em vinhos varietais, em geral notáveis! E como os enólogos lidam com tantos taninos, em vinhos varietais? Com temperaturas moderadas, com macerações mais curtas...
Uma boa ideia de harmonização, para experimentar um tinto Nero di Troia, é acompanhando carnes vermelhas grelhadas ou assadas.
Uma harmonização típica? Uma massa chamada Orecchiette, ou Richitelle, com ragu de carne de coelho.
Uma curiosidade? É possível encontrar a Nero di Troia, também, em vinhos rosés, e até mesmo em vinhos brancos!
Uma boa dica? Estar sempre aberto, no mundo do vinho, a novas uvas, e a novas degustações!
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