Degustação nua e crua
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- Categoria: degustando
O mundo dos vinhos às vezes tenta nos assustar, mostrando-se mais complicado do que realmente é. Um exemplo é o ritual da degustação. Mas veja como ele pode ser, e é, de fato, simples.
Enquanto degusta seu vinho, vá respondendo a cada uma dessas perguntas:
Você percebeu uma certa refrescância?
Se sim, provavelmente foi efeito da acidez elevada, característica de vinhos frescos e vívidos. Quer um exemplo? Experimente um Sauvignon Blanc. E, para ler mais sobre acidez, clique aqui.
Você sentiu sua boca ficar mais quente?
Se sim, esse foi um efeito da graduação alcoólica, que provavelmente é alta. Para perceber isso de maneira mais evidente, compare, por exemplo, as diferentes sensações causadas entre um branco leve como Moscato d’Asti e entre um fortificado vinho do Porto.
O gosto do vinho ainda está na sua língua?
Se sim, esse é um vinho encorpado, ou seja, potente, com maior concentração de compostos. A persistência, ou seja, um final longo, é uma característica associada ao corpo do vinho. Para ser considerado persistente, o sabor de um vinho deve durar por cerca de 10 a 15 segundos, após ser ingerido.
O vinho “amarrou” a sua boca?
Se a sua resposta foi sim, esse é um vinho rico em taninos. Essa sensação de boca seca, de adstringência, de “banana verde”, é causada pela reação das proteínas da saliva aos taninos do vinho. Se quiser ler mais sobre o que, afinal, são taninos, clique aqui.
E o que esse vinho te lembra?
Preste atenção aos aromas e aos sabores do vinho, sem pressa. Veja se não te lembram de outras coisas, como outras frutas, ou flores, ou baunilha, ou chocolate, ou grama... Não, você não enlouqueceu. Curiosamente, o único aroma de fruta que raramente se encontra em um vinho é o aroma de uva.
Responder a questões como essas faz com que prestemos atenção ao vinho. E essa é a única diferença, real, entre beber e degustar. Degustar é prestar atenção ao que se bebe. É ou não é simples?
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